Como aprender um idioma? Parafraseando Adorno, o cinema é o expoente máximo da indústria cultural.
De fato, o cinema é um dos carros-chefe na hora de disseminar produções culturais de vários países, em várias línguas etc. Você já deve ter notado que o assunto de hoje é sobre cultura e já deve estar curioso para saber qual é o filme indicado hoje. “Dicionário de Cama” (2002) é o título indicado para o seu checklist.
“Dicionário de Cama” (2002)
O longa é um romance que narra a história de amor de John Truscott (um oficial britânico recém-formado) e Selima (uma linda nativa da Malásia colonial). Ambientado no continente asiático, na década de 1930, o filme mostra a trajetória de conquista de uma vila malasiana ainda no início de colonização.
É neste contexto que aparece o jovem oficial britânico para ajudar nos processos colonizatórios e implantar uma escola para educar os nativos, realizando assim, um sonho de seu pai já falecido. Selima, por sua vez, é apresentada ao oficial para dormir com ele à noite e lhe ensinar a língua nativa da vila, mas John recusa-se a aceitar por causa das suas crenças e por não querer usá-la apenas como um objeto descartável.
Entretanto, ele acaba não resistindo aos encantos da índia e em pouco tempo eles se apaixonam. Há um empecilho pela frente, ninguém concorda com o romance dos dois até que um casamento é “forjado” para John, que retorna à Europa para viver com a sua nova esposa, uma moça inglesa muito estudada e educada.
Mas uma reviravolta na história acontece.
Assista ao filme dirigido por Guy Jenkin e descubra o desenrolar dessa narrativa.
Como aprender um idioma na colonização
E mudando de assunto agora, vamos falar sobre a fonte de alimentação da cultura, a história. A história da colonização é marcada por diversas atrocidades, por implantação de tradições do colonizador sobre o colonizado, de escravidão etc. Esse filme é um retrato desse universo. As mulheres passam a ser apenas um objeto de uso, para satisfazer os desejos do colonizador temporariamente e ainda lhe ensinar a língua.
A maior marca de uma cultura, de uma nação, de um povo é, sem sombra de dúvida, a língua. E é isso que um dos colonizadores britânicos chega a dizer no decorrer do filme para o jovem apaixonado, que ele precisa aprender a língua a todo custo, porque senão seria impossível dominar sobre um povo sem lei. A língua é então, em última análise, a chave para a efetiva comunicação, para gerar autoridade e obediência. A cultura é lingüística, a cultura é cinematográfica.
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