Farenheit 451
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É nesta temperatura que os livros queimam: Farenheit 451

Colunas, Notícia

Tornou-se comum livros serem adaptados para o cinema e vice-versa. Afinal, são duas artes que se complementam, como arroz com feijão, queijo com goiabada, café com leite, frango com pequi. E por aí vai… O filme de hoje, Farenheit 451, é sobre livros e foi adaptado de um livro. Curioso! Espere mais um pouco, já vou te contar.

 

Na semana passada, escrevi nesta coluna sobre a escrita. Você não leu!? Como assim!? Corre lá… Eu te espero. Histórias cruzadas: a escrita como processo de existência. Foi lá!? Leu!? Que bom! Hoje, nosso tema é a leitura, em tempos de fake news nada mais apropriado.

Farenheit 451 foi lançado este ano (2018) pela HBO. Adaptado do livro homônimo, de Ray Bradbury, publicado pela primeira vez em 1953. Claro, que há muita divergência entre literatura e obra cinematográfica, afinal, são artes complementares, mas com características diversas. A essência se mantém, tal qual o livro podemos assistir a mesma distopia.

 

Afinal, o que é distopia?

A distopia é caracterizada como uma sociedade projetada no futuro, em que os cidadãos vivem em condições extremas, geralmente regida por um governo totalitário. Você, provavelmente, já assistiu algum filme ou série que é exemplo de distopia: Black Mirror, Jogos Vorazes, Maze Runner, V de Vingança.

Fanhereit 451 é uma ficção distópica. Uma sociedade futurista em que os livros ou qualquer obra de arte é proibida. E pasmem… Os cidadãos decidiram que não querem mais ler, o importante é o divertimento, não é preciso pensar de modo crítico. O corpo de bombeiros, liderado pelo Capitão Beatty (interpretado por Michael Shannon), é responsável pelo controle social, coloca fogo em livros físicos e digitais.

 

Fahrenheit 451
Fahrenheit 451

 

“É um prazer queimar…”

O brilho incendiário do fogo provoca prazer no Salamandra Guy Montag (Michael B. Jordan), porém, a presença da informante Clarisse Mcclellan (Sofia Boutella) intriga o bombeiro. Ele guarda um segredo, é diferente dos outros, quer compreender o mundo e os Enguias (grupo de resistência, protetor e amante dos livros).

O desejo aumenta, quando ao atender a uma denúncia, Montag vê uma mulher atear fogo em si e queimar junto à sua biblioteca. Ele precisa compreender o porquê, para tanto procura Clarisse que o questiona: “Você deveria tentar ler, antes de queimar.”; “Já parou para pensar por que faz isso?”. O Salamandra revela à garota um segredo escandaloso, roubou um livro. Quer entender seus significados.

 

Guy e Clarisse se aproximam. Juntos vão tentar salvar o Omnis, a consciência coletiva, a obra humana armazenada no DNA.
Nesta era de muita informação e pouca reflexão, traduzida pelo estrangeirismo fake news, este filme é uma boa reflexão para o que estamos vivendo. Será que ainda queimaremos nossos livros?
Será que estamos lendo menos? Ou não? A informação está na palma de nossas mãos, a um clique. A grande questão é: o que podemos fazer com ela? Seremos Salamandras ou Enguias? Já imaginou o caos provocado pela ausência de livros?

 

E se os livros não mais existissem? O que você faria?

 

Por Tálita Borges









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