O Rei (Netflix) – Entre a Cruz e a Espada
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O Rei (Netflix) – Entre a Cruz e a Espada

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O Rei (Netflix) – Entre a Cruz e a Espada

Mais um original da Netflix que merece atenção, dirigido e co-escrito por David Michôd, O Rei conta a história de Henrique V (Timothée Chalamet), que foi um monarca da Inglaterra por um período de nove anos. Henrique é mais um dos muitos reis que tiveram suas vidas transformadas pela linhagem sanguínea e que muitas vezes precisa assumir o fardo da sucessão real. Criado e educado longe da corte, nunca sentiu desejo de governar ou obter qualquer regalia que a coroa pudesse lhe trazer. O filme aborda a ascensão dele ao reino, após a morte de seu pai, mostrando de modo gradativo e conturbado o processo de amadurecimento e as muitas dificuldades de liderar um país e uma nação em conflito, onde França e Inglaterra estavam prestes a protagonizarem uma das mais emblemáticas batalhas do continente europeu, a Guerra dos 100 Anos, marcada por muitos conflitos políticos.

O rei está morto! Viva o rei! Vida longa ao rei! Assim como reis caem e surgem a história do rei Henrique IV (Ben Mendelsohn) é uma dessas, seu filho mais velho, Hal (Chalamet), está em um exílio esquecido, bebendo e se deitando com mulheres, o que era, quase que um ritual dos ricos e poderosos no século XV, mas que nada tem haver com um comportamento principesco. Ele não quer e não tem nada em comum com o pai, que uma tem reputação de iniciar guerras por rivalidades insignificantes, e que mascara levemente suas buscas e conquistas sedentas de poder. Hal não aspirava poder, tampouco desejava a coroa, mas com a morte do irmão mais velho, Hal se torna Henrique V.

Um dos primeiros problemas que Henrique V enfrentaria como novo monarca seria fazer com que a França se convencesse do desejo de seu pai que sempre quis unir ingleses e franceses sob seu domínio. Um imperialismo bobo um tanto quanto insignificante para o jovem Henrique V, até que depois de varias negligências ocorridas e alguns conselhos possivelmente duvidosos, de conselheiros herdados do pai e liderados pelo juiz William (Sean Harris) lhe dão motivos para atravessar o Canal da Mancha com espadas, escudos, armaduras e catapultas. Iniciando uma batalha que seria lembrada por muitos anos, em razão das mortes, sangue e lama deixados ao longo dos embates.

E talvez a maçã não caia mesmo longe da árvore. Henrique V aos poucos se mostra mais parecido com o pai do que certamente desejava e com a ajuda do amigo de bebedeira e veterano de guerra John (Joel Edgerton) criam estratégias contra o Delfin da França (Robert Pattinson), que é generosamente descrito como alguém vulgar, desprezível e arrogante. E mesmo em campo inimigo e estando em menor numero os britânicos elaboram um plano quase absurdo que pode finalmente colocar fim a guerra.

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O Rei (Netflix) – Entre a Cruz e a Espada

O Rei pode ser descrito aqui como um épico de guerra medieval, que mistura na medida, batalhas sangrentas, com sequências de ação muito bem encenadas, que podem pegar na veia de fãs de clássicos como, Coração Valente, Robin Hood, Senhor dos Anéis e até Game of Thrones. O elenco é também um ponto importante, Robert Pattinson mais uma vez se mostrando um artista versátil, e quase rouba a cena, com altas doses de atuação vilanesca, longe de uma caricatura comum e dos clichês, e eu disse quase porque Chamalet está gigante como Henrique V, e com certeza ele faz todo o trabalho duro e carrega o filme, a medida como ele evolui e aos poucos se transforma, passando de uma figura apática para um monarca astuto e perigoso, ao passo que deve lidar com os conflitos internos e decisões difíceis que o posto de rei lhe impõe.

Não assista esse filme imaginando ver algo heroico ou altivo, esse certamente é uma longa que nos faz pensar e refletir sobre a existência, e muitas cenas, em especial as cenas finais nos deixarão de certa forma conturbados com a ambiguidade e as muitas possibilidades que o filme nos apresenta quando pensamos em conflitos e interesses. O Rei aqui está sempre entre a cruz e a espada, entre a complacência e a justiça, vale a pena e certamente é um retrato quase real do que foram as disputas de poder no território europeu.

 

Por Ricardo França

 

 

 


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