História do Cineclubismo Goiano
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História do Cineclubismo Goiano

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História do Cineclubismo Goiano

Poucos livros registram a história do Cineclubismo em Goiás, encontramos o livro do jornalista e Cineclubista Beto Leão, “Centenário do Cinema em Goiás: 1909 – 2009” da Editora Kelps de 2010, onde aparecem de forma sucinta os primeiros registros do Cineclubismo no estado, sendo o primeiro o Cineclube Aliança Francesa em Goiânia, com Nilson Oliveira como projetista em 1965 e o Centro de Cultura cinematográfica em 1966 com a participação de Eduardo Benfica e Hugo Brox.  Em 1980 temos os primeiros cineclubes criados no interior, Cineclube Santa Helena, na cidade com o mesmo nome, criado por Soares e o Cineclube Sétima Arte na cidade Goiatuba, criado por Lacordaire Constanti Ribeiro. Denominado como “Período de Pioneiros e de Resistência” desde 1965 a 1990, no começo da ditadura militar e a República Nova, na gestão do primeiro presidente eleito pelo voto popular, o cinema brasileiro enfrenta o desmonte da Embrafilme e a falta de recursos das medidas de austeridades do Governo Collor. Foram criados 9 Cineclubes sendo o último o Cineclube Paraíso em Alto Paraíso. No período da ditadura militar está um dos cineclubes mais emblemáticos do Cineclubismo Nacional, o Cineclube Antônio das Mortes (1977-1987) com Ricardo Musse, Noemi Araújo, Lourival Belém, Ronaldo Araújo, Divino José, Lisandro Nogueira, Pedro Augusto de Brito, Márcio Belém, Hélio Brito e Eudaldo Guimarães. Representando uma voz juvenil a Censura e o autoritarismo da ditadura cívico militar. O Cineclube Antônio das Mortes é pesquisado pela doutora Marina da Costa Campos.

A segunda etapa é o “Período da retomada Cineclubista” , marcado pela criação de três cineclubes com profundo engajamento político e respaldados pela Associação Brasileira de Documentarista Seção Goiás e o Centro Cultural Caravideos. O processo de reorganização da estrutura cinematográfica que reuniu agentes audiovisuais e culturais no Cine Olido em São Paulo marcou uma proposta do Governo Lula para o Cinema Nacional, os representantes de Goiás foram Beto Leão, Eduardo Benfica, Lázaro Neves e Eudaldo Guimarães. Na 26ª Jornada de Cineclubes Brasileiros da CNC em Santa María RS, Eduardo Benfica é eleito na suplência do Secretário geral do CNC e Beto Leão, eleito como Diretor de Comunicação. O cineclube Cascavel foi criado em 2005 e coordenado por Luiz Carlos Mundim e Carolina Paraguaçu, o Cineclube Eldorado dos Carajás foi criado no Centro Cultura Eldorado dos Carajás em 2006 e coordenado por Ana Lúcia da Silva e o Cine Vila da Cidade de Goiás criado em 2009, desenvolve um trabalho educacional no Espaço Cultura Vila Esperança.

História do Cineclubismo Goiano

O terceiro período é de 2010 a 2022, o “Período de Consolidação e de Encontros”, marcado principalmente pela consolidação do Cineclubismo em Goiás através de eventos de criação e participação dos cineclubes em Encontros cineclubistas no estado e nas jornadas do CNC. O Anápolis Festival de Cinema, iniciado em 2011, realiza o I Encontro em Anápolis de Cineclubes do Centro-Oeste, com Oficinas de Formação Cineclubista, onde os oficineiros são Carolina Paraguassú Dayer e Luiz Felipe Mundim. Anápolis estimulou a criação de novos cineclubes e apresentou uma estratégia para consolidar o movimento cineclubista goiano com a realização de Encontros Cineclubistas que se espalharam pelo estado, Goiânia em 2014 a 2025, Acreúna, Aragarças, Faina, Pirenópolis e Senador Canedo em 2017, Jataí em 2018, São Miguel do Passa Quatro em 2022 e em 2025 os encontros em Caldas Novas, Silvânia, e Catalão. A participação dos Cineclubes Goianos neste período também representa um importante papel na organização do Cineclubismo Brasileiro, na 29ª Jornada Nacional de Cineclubes Brasileiros em Itaparica BA, foi eleita como Secretária Geral, Carolina Paraguaçu do Cineclube Bernardoni durante o período 2015-2017 e na 30ª Jornada em Viçosa MG, Francisco Lillo do Cineclube Imigração eleito para a Vice-presidência pelo período de 2019-2023. Entre 2010 a 2022, foram criados 60 cineclubes, com um processo importante durante o período da Pandemia da Covid 19 e a parceria com o Museu Antropológico da UFG e a chegada da museóloga Rossana Klippel e a utilização do Streamyard que produziu mais de 30 programas incluindo oficinas de formação, diálogos cineclubistas e sessões de debate, assim como o Encontro Cineclubista Sul-americano.

Audiovisual e Cineclubismo em Goiás

O quarto período desenvolve-se entre 2023 a 2025, denominado como “Cineclubismo consolidado e de editais”. Foram criados 28 Cineclubes, muitos deles através de incentivos fiscais como a Lei Paulo Gustavo (2024), o Programa Nacional Aldir Blanc (2024-2028) e o Fundo de Arte e Cultura de Goiás (2022). Além dos Cineclubes criados através dos editais, outros foram criados pelo movimento que se sente inspirado pela consolidação dos cineclubes. Atualmente os cineclubes goianos se dividem em Cineclubes Universitários, geralmente funcionam no período escolar e fazem parte de projetos acadêmicos, muitas vezes com recursos próprios do estabelecimento educacional ou inspiração e compromisso de um professor ou alunos que querem desenvolver uma atividade cineclubista e cultural. O Cineclubismo em Centros Culturais, Bibliotecas ou Pontos de Cultura, é um produto cultural adicional que fideliza o público e que estimula a participação e a movimentação destes centros de cultura. Finalmente os Cineclubes independentes, grupos de pessoas que se reúnem para debater filmes ou temáticas específicas de interesses em comuns.

A história dos cineclubes goianos está em construção, devem-se confirmar dados dos cineclubes para complementar possíveis cineclubes faltantes. É uma proposta de estrutura da História do Cineclubismo Goiano.

Acompanhe a programação dos cineclubes goianos no CINEGOIANIA e nas Redes Sociais cineclubistas.

Viva o Cinema e o Cineclubismo Brasileiro e Goiano.

 

Por Francisco Lillo

 


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