“A vida é curta demais. Se você não para pra viver, acaba perdendo ela.” Esse é o lema de Ferris Bueller (Matthew Broderick), protagonista do filme Curtindo a Vida Adoidado, clássico de 1986. Disponível na Netflix.
O leitor deve estar se perguntando por que vale a pena assistir a um filme dos anos 80, do século XX. Porque ele é referenciado em vários filmes contemporâneos, por exemplo, a cena do pós-crédito do filme Deadpool (2016) é a mesma cena final de Curtindo a Vida Adoidado. As coincidências não acabam por aí.
O perfil de Deadpool (interpretado por Ryan Reynolds) é muito parecido ao de Ferris. Levam a vida com bom humor e com certa malandragem, assim, vencem os obstáculos pelo caminho, são carismáticos, adoram uma boa piada (especialmente, se não for consigo), eles não têm o perfil do herói politicamente correto, são anti-heróis.
A construção do anti-herói
O anti-herói não é o vilão da narrativa, é o mocinho às avessas. Não é preciso ser sempre o bom moço para salvar o mundo, veja o caso de Deadpool. Nem pra cativar o público e tornar -se um clássico cinematográfico, veja o caso de Ferris.
Essa história de anti-herói na ficção é um pouco antiga, na década de 1950, o escritor J. D. Salinger escreveu O apanhador no campo de centeio, o livro causou muito impacto na sociedade americana, chegou a ser proibido por algumas escolas, o argumento que justificava tal censura era o caráter do protagonista anti-herói do romance, Holden Caulfield.
Ferris é um pouco Holden. Ambos são inteligentes, no entanto, não curtem muito a escola, por isso fogem. Ferris por um dia, Holden por um final de semana. Parece pouco tempo, mas dá pra aprontar muito. Eles acham os adultos cretinos e hipócritas, logo, têm medo de crescer, abandonar a adolescência. Por esse motivo, Ferris acha que precisa viver a vida adoidado.
Há outro fator que aproxima os personagens: eles não conseguem medir as consequências de seus atos. Ferris pede a namorada em casamento naquele dia, como se isso fosse fácil de resolver. Rompantes da juventude. Holden vai mais longe quer fugir com uma ficante, porque a achou linda durante um encontro.
Empatia do interlocutor
Os três anti-heróis, definitivamente, conquistam o público. São narradores personagem que param o que estão fazendo para falar com o espectador/leitor. Como não gostar? Você se sente dentro do filme/livro. Sente-se valorizado. Quem não gosta?
Voltando ao filme desta coluna. A impressão que se tem é que Ferris pode fazer o que quiser. O destino conspira a seu favor, seu amigo Cameron (Alan Ruck) e sua namorada Sloane (Mia Sara) são leais. Enquanto o diretor (interpretado por Jeffrey Jones) tenta pegar o malandro, ele se apresenta em uma parada (a trilha sonora do filme é ótima). É dia de sorte pra Ferris e de azar para o Diretor Ed Rooney .
No final das contas, Ferris Bueller prova que é possível viver a vida adoidado. Aproveitar as oportunidades. E você, caro leitor, já aproveitou a vida adoidado?
Já viveu seu dia de anti-herói?
Por Tálita Borges
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O filme e excelente e a explicação da Tálita Borges sobre o perfil de Ferris me faz perceber que tenho dias normais e tenho dias que desejo me comportar como Ferris Bueller, bolar um plano mirabolante para poder curtir a vida adoidado.