Broly está de volta! O saiyajin que apareceu em alguns filmes de Dragon Ball Z, ganha destaque novamente, mas agora em Dragon Ball Super: Broly (2019). Sua primeira aparição foi em Broly – O Lendário Super Saiyajin (1993), que faz um breve resumo da origem do que para muitos é, de fato, o lendário super saiyajin. O roteiro do longa-metragem fica por conta do já conhecido Akira Toriyama e a direção pelo japonês Tatsuya Nagamine.
O novo filme da saga Super não segue muito a linha dos filmes anteriores. O filme também mostra a origem de Broly e na nova versão, o rapaz nasce no ano 737, no mesmo ano do nascimento de Goku. Logo ao perceberem o potencial do garoto Broly, ele e seu pai são exilados do planeta Vegeta. Broly vai sem nem mesmo estar mais desenvolvido ou aprender a falar.
São muitas as diferenças encontradas neste filme em relação aos outros. O pai de Broly, Paragus, aproveita o exílio para submeter o saiyajin ao seu total controle por meio de uma coleira eletrônica colocada em seu pescoço. O filho obedece ao pai devido a sua criação opressora. O filme pode ser observado pela ótica da Psicologia, como uma crítica à abordagem behaviorista, que pode ser notada no comportamento de Broly.
O Behaviorismo ou teoria comportamentalista é uma área da Psicologia, que tem como objeto de estudo o comportamento. Segundo John Watson, psicólogo estadunidense considerado o fundador da teoria, é a análise do meio no qual o sujeito está inserido que possibilita prever e controlar o comportamento humano. Assim, exilado e somente na companhia de um pai manipulador, cresce Broly. Comportamento animalizado, selvagem, consciência alienada, pois não sabe valorar o que é certo e o que é errado, poucas palavras, este é o retrato de um indivíduo influenciado pela figura do pai.
O Behaviorismo, a estética e o status quo
E a análise comportamentalista não para por aí. Quando o assunto são as sete esferas do dragão, o enredo fica até meio cômico, e é justamente por causa delas que toda a ação começa. Bulma quer as esferas para se tornar mais jovem. Os saiyajins a indagam se uma cirurgia plástica não resolveria, e ela afirma em tom bem cômico que todos perceberiam a diferença rapidamente. E com as esferas é possível realizar um único desejo.
Freeza também quer as esferas para realizar seu desejo, por isso, as rouba. Mas o vilão não as quer para ser imortal, e sim para ficar mais alto, porque ele se acha baixinho. Ou seja, a preocupação com o padrão de beleza imposto pela sociedade é gritante no filme.
A beleza para os japoneses é algo super valorizado. A expressão Yamato Nadeshiko é usada para designar a “mulher perfeita” para os japoneses. A expressão não carrega apenas o sentido de beleza exterior, mas também a beleza interior expressada em atributos como, sabedoria, lealdade, educação, elegância, inteligência etc. E Bulma é o retrato dessa mulher.
Entre o cômico e o boçal
O perfil caricato dos personagens se repete em todos os filmes da saga Dragon Ball. Os heróis são fortes, robustos, mas completamente ingênuos, e isso também gera comicidade no longa-metragem. Em determinada cena de Dragon Ball Super: Broly, Goku interrompe uma fala importante para perguntar o que significa o termo “inóspito”, mostrando total falta de instrução ou conhecimento. Lembrando que Broly no filme é um verdadeiro boçal, que não sabe nem se comunicar. Claro, que no enredo fica evidente que ele não sabe falar direito por causa do exílio e da educação advinda de um pai grosseiro e rude.
Kamehamehaaaaaaaaaa…
Enfim, o filme aborda o vilão Broly não tão vilão e ainda mostra que tamanha é a sua força, que apenas a fusão entre os rivais (nada rivais no filme), Goku e Vegeta (Gogeta), possibilita uma força à altura do super saiyajin domesticado e controlado por uma coleira para ele não perder a razão e liberar todo o seu poder, mostra também novos poderes de Goku e como a luta dos saiyanjins foi encerrada com as esferas do dragão, além de dar a deixa para um próximo filme.
Vamos resgatar as esferas do dragão?
Por Michele Souza
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Muito bom! gostei do texto pontuando questões psicológicas. Como amante de DBZ vou assistir o filme o mais Rápido possível.
Ótimo trabalho esse que vocês do cine Goiânia fazem.
Bom dia, a paz do Senhor a todos!
Boa a coluna, aliás, o blog está ótimo, parabéns aos envolvidos.
Sobre esta coluna, DBS Broly, muito bom em se notar e falar sobre os “padrões de beleza”, em minha opinião foi uma suave critica do autor para a sociedade e os padrões impostos.
Mas deve ser sincero em meu comentário, dois pontos me chamou a atenção:
1 – O ano de nascimento, me lembro de ter visto em algum trailer que não é o mesmo, nasceram na mesma época, e não no mesmo ano.
2 – “Os heróis são fortes, robustos, mas completamente ingênuos”. Nem todos, a robustez é bem gritante no Broly, mas escassa no Vegeta e Freeza, por exemplo. E ingênuo só o Goku, que é uma de suas características principais. O próprio Freeza explica ao Goku. O príncipe dos saiyajins tem um intelecto maior e não é nada ingênuo.
E se tratando do filme a esta coluna, achei que faltou mencionar a grande mudança da história de Bardock, pai de Goku, do anime para esse longa. Foi o que mais mudou e o que não me agradou. A cena classifica de Bardock enfrentando Freeza para tentar impedir a destruição do planeta Vegeta foi completamente descartada. Lamentável!
Saiyjins não-guerreiros também foi novo para mim, talvez seria bom expor o assunto. Não me recordo de existir saiyajins assim no anime.
No mais, gostei do filme, uma sensação de nostalgia e euforia se misturaram. Muitos marmanjos lotando as salas de cinema e, a boa e velha pancadaria de Dragon Ball pode ser revivida.
Desejo muito sucesso ao CineGoiania e todos os envolvidos. Grande abraços, que Deus os abençoe. Abraços.