Influências Latina no Cinema Norte-Americano
O cinema norte-americano sempre está em constante transformação e renovação com a incorporação de novos personagens, sejam estes na produção, direção ou interpretação. Alguns casos são os atores Rodolfo Valentino na década de 20, Greta Garbo, que em 1925 chega a América e ultimamente Arnold Schwarzenegger que ainda foi governador da Califórnia. No Star system hollywoodiano dos anos 40 a 70, encontramos a Margarita Carmen Cancino, mais conhecida como Rita Hayworth, filha do dançarino espanhol Eduardo Cancino. Rita interpretou “Gilda” (1946) do diretor húngaro Charles Vidor, onde realizou uma das mais eróticas cenas do cinema, tirando uma luva de seu braço, fazendo os homens delirar. Outro ator é Antony Quinn, nasceu como Antonio Rudolfo Oaxaca Quinn, na cidade de Chihuahua no México. Vencedor do Oscar pelos 7 minutos mais significativos do cinema, interpretando a Paul Gauguin, no filme “Sede de Viver” (1956) de Vincent Minelli.
Os latinos são 18% da população norte-americana, com 62 milhões de habitantes, entre imigrantes e descendentes, transformando-se na segunda maior minoria do país. Nos últimos anos os filmes de realizadores mexicanos, com produção norte-americana foram ganhadores do Oscar, como é o caso de Alfonso Cuarón (Roma-2018, Gravity-2013), Alejandro Gonzales Iñarratu (Birdman-2014, the revenant-2015), Guillermo del Toro (The shape of Water-2017, O Labirinto do Fauno-2006) e podemos incluir o Chicano Robert Rodriguez que com o filme de baixo orçamento, “O Mariachi” (1992), arrecadou uma bilheteria de 2 milhões de dólares com um orçamento de apenas 7 mil, impressionando a crítica e podendo realizar diversos Blockbuster com orçamento milionário como é “Sin City, a cidade do pecado” (2005) com um orçamento de 40 milhões ou a sequela “A balada do pistoleiro” (1995) com um orçamento de 7 milhões de dólares.
Os dados estatísticos sobre trabalhadores de origem latina em Hollywood de 2022, estabelece que 7,1% dos atores latino tiveram papéis principais, 7,7% de atores tiveram papéis secundários. 5,6% trabalharam como escritores ou roteiristas e 7% trabalharam como diretores. Entre eles, temos os brasileiros Alice Braga, Rodrigo Santoro, Wagner Moura, o cubano Andy Garcia, o chicano Danny Trejo, os mexicanos Salma Hayak, Diego Luna, Gael Garcia Bernal, o panamenho Rubén Blades, o Guatemalteco Oscar Isaac, o porto-riquenho Benicio del Toro, os espanhóis Antonio Bandeira, Javier Barden e Penélope Cruz, entre tantos outros. Na direção, o chileno, Pablo Larrain, os argentinos Juan Jose Campanella e Sebastião Lélio, o peruano Luis Llosa, os brasileiros Walter Salles, Fernando Meirelles e José Padilha, e os mexicanos já mencionados.
Os latinos se adaptaram perfeitamente ao cinema norte-americano, produzindo uma simbiose de praticidade e capital norte-americano e o sabor latino com um tempero especial de sensualidade e com um sotaque diferente.
Por Francisco Lillo
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