O Cineclube Imigração e as Relações de Amizade Entre o Brasil e o Chile
O Cineclube Imigração nasce com a proposta de incluir a imigração e o cinema hispânico e principalmente o Chileno na programação cinematográfica de Goiás. A presença da comunidade chilena no Cineclubismo goiano é muito marcante e isso esta presente na produção de dois filmes “Chilenos em Goiás” e “The Chilean Roadmovie: Fragmentos em Goiás” que fizeram parte das Mostras de Cinema Goiano no Chile em 2018 e 2019. Também a produção literária com o livro “Cineclube Imigração: a integração entre o Chile e Goiás a partir do cinema”.
A coprodução entre ambos os países é antiga, desde o retorno democrático na década de 80 e pelos laços de amizade entre as nações. As características geopolíticas, as rivalidades e disputas territoriais entre os vizinhos e o posicionamento ideológico desde o processo de independência de ambos os países no século XIX. Durante o período dos anos de chumbo no Brasil de 1967-1973, o governo do presidente Allende acolheu 10 mil brasileiros que se sentiam ameaçados e se exilaram e puderam continuar seus estudos e muitos compartilhavam com o projeto político que o Chile estava vivendo e que foi interrompido no dia 11 de setembro de 1973 com o golpe militar do general Pinochet. Muitos brasileiros exilados no Chile, escolhido pela proximidade territorial com o Brasil, os deixava mais próximos de seus familiares que podiam visitá-los com mais frequência. Porém, essa relação fica interrompida e os brasileiros devem viver um segundo exílio, desta vez no México, Argélia, França, Rússia e tantos outros destinos.
Neste mês de setembro estreou o filme “Ainda somos os mesmos” de Paulo Nascimento, um filme saudosista de uma memória esquecida. Assisti este filme numa sala de 30 poltronas no Cine Marquise na Avenida Paulista, fiquei curioso ao pensar que assistiria sozinho o filme, porém para minha surpresa tinha 5 pessoas comigo. Perguntei para a senhora que estava ao meu lado, porque assistir este filme desconhecido, eram 3 professoras aposentadas e tinham curiosidade sobre a memória da ditadura militar, estava explicado. Os outros dois eram um senhor idoso e sua filha provavelmente um sobrevivente daqueles horrores da América Latina. O filme trata sobre um jovem brasileiro que se abriga na Embaixada Argentina que estava lotada de refugiados de muitas nacionalidades que eram ameaçados pela barbárie dos primeiros dias do golpe militar no Chile e os sobreviventes poderia ser levados ao Estádio Nacional, lugar onde o Brasil conquistou o Bicampeonato mundial de futebol em 1962 e que tinha sido transformado em campo de concentração e lugar de tortura e extermínio de presos políticos.
O diretor Paulo Nascimento realizou “Em Teu nome” (2009) sobre a vida de João Carlos Bona Garcia, o Boni, e a experiência com a ditadura militar, guerrilheiro urbano que cai na primeira ação armada, a tortura, a prisão, a expulsão no avião enviado ao Chile com os 70 liberados pelo sequestro do embaixador da Suíça, Giovanni Enrico Bucher. Recebidos como sobreviventes e heróis pelo Presidente Allende, este fato histórico pode ser compreendido melhor com o documentário “Setenta” (2014) de Emília Silveira. Outra referência é a novela exibida pela Rede Globo “Os dias eram assim” sobre os acontecimentos políticos numa época difícil do Brasil.
O Cinema é uma ferramenta da memória e ideologia imperante na produção cultural, ela resgata momentos históricos, constrói e transforma pessoas comuns em heróis e mitos. Referências necessárias para o desenvolvimento de cada país. O cinema nos emociona, transforma nossa memória e nossa percepção da vida, das ideias e dos sonhos. O cinema deve ser crítico e transformador do espectador em um ente ativo da sociedade e não um mero ente passivo de manipulação ideológica. O Cineclubismo tem como um de seus objetivos, estimular o senso crítico, a criatividade e a participação social.
Acompanhe o Cineclubismo goiano pelas Redes Sociais e pelo CINEGOIANA.
Viva o Cinema e o Cineclubismo Goiano e Brasileiro.
Por Francisco Lillo
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