O HOMEM INVISÍVEL – Adaptação Perfeita de Um Clássico
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O Homem Invisível – Adaptação Perfeita de Um Clássico

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O HOMEM INVISÍVEL – Adaptação Perfeita de Um Clássico 

Um forte candidato a melhor thriller de terror psicológico de 2020, O Homem Invisível é baseado na obra clássica de H.G. Wells e conta com a direção de Leigh Whannell (Upgrade) que traz um reboot inserindo os personagens em um suspense de deixar qualquer um aflito durante todo o filme. A ideia de trazer a violência doméstica e os relacionamentos tóxicos e abusivos não poderia ter funcionado melhor e se comunicado diretamente com diversas situações atuais. Na história acompanhamos Cecilia Kass uma mulher que tenta desesperadamente fugir de um relacionamento violento, assustada e traumatizada pelos abusos que sofreu, busca refúgio com amigos e a irmã, e mesmo com a notícia da morte do ex namorado por suicídio, Cecilia começa a perceber que não está sozinha e nem mesmo segura em lugar nenhum.

O melhor trunfo da produção é a temática proposta pelo roteiro que traz para a história o drama dos relacionamentos abusivos, e esse certamente é todo o cerne da história, o filme trata do problema desde os segundos iniciais até o desfecho, o que criando uma atmosfera aterrorizante e sufocante. E não é somente pelos sustos, a experiência aqui é algo externo, aqui o espectador é quem se aflige ao acompanhar a agonia da protagonista fugindo de seus próprios medos e traumas, desperta um desconforto semelhante a algo que vem de fora pra dentro, e que várias vezes nos faz duvidar da sanidade da personagem, imaginem só, nos dias de hoje alguém alegar estar sendo perseguida por algo que ninguém mais vê? E até que a situação comprove o contrário a angústia já terá te consumido por inteiro, pois a situação de Cecilia parece sem solução, pois com o ex morto, muitas dúvidas pairam sobre as alegações de abuso, e o descrédito e o desequilíbrio emocional passam a ser apontados como a causa de todo o pânico sentido pela personagem. E apavorante ver a moça perambulando pela casa vazia enquanto segue os ruídos e indícios de que alguém pode estar espreitando nas sombras.

O HOMEM INVISÍVEL – Adaptação Perfeita de Um Clássico

Você não está sozinha: Aos pouco o filme dá indícios de que algo incomum está perturbando Cecilia 

Mas sabemos que só uma boa história não sustenta um filme, e aqui o destaque vem pela belíssima e aterradora interpretação de Elisabeth Moss (The Handmaid’s Tale) a atriz mostra que não é competente apenas na série, e tem um domínio de cena perfeito também em longas metragens. A atriz consegue entregar um protagonismo repleto de detalhes e personalidade, e mesmo fugindo para evitar o confronto, as cenas em que demonstra medo e desespero são incríveis, mesmo interagindo apenas em um cenário de isolamento e solidão, a atriz entrega de maneira perfeita toda aflição de uma mulher tomada pelo terror, que exala medo em todas as suas atitudes, que nos deixa apreensivos com detalhes e pontualidades que pouquíssimas vezes eu consegui sentir em uma atuação.

Contudo o filme não é somente sobre medo e trauma, e após estar convencida de que o ex namorado não está morto e que de alguma forma encontrou um meio de ficar invisível para chantageá-la emocionalmente, Cecilia agora parte em busca de justiça para conseguir se livrar de vez do namorado violento, ela vai embarcar em uma espiral de loucura para que o ex que de alguma forma encontrou um meio de se esconder, mostre a cara para que ela possa se livrar dos crimes que agora lhe são atribuídos. Ela deve enfrentar um inferno astral para poder provar sua inocência e sanidade diante de todos que a cercam.

O HOMEM INVISÍVEL – Adaptação Perfeita de Um Clássico

Angústia e desespero: Cecilia foge de alguém que a persegue, mas que nem ela consegue ver

O Homem Invisível consegue se posicionar em um limiar arriscado, entre o thriller, o terror e alguns momentos de ação, e esse equilíbrio é crucial para que se mantenha a atmosfera de pânico e euforia que toda a história nos proporciona, traz as argumentações ideais, atualizando e contextualizando com uma discussão muito pertinente nos dias atuais, e por mais que as relações abusivas sejam algo comum em diversos filmes, aqui a essência do clássico monstro de ficção de terror casa perfeitamente com a metáfora do “inimigo que dorme ao seu lado” e ter como característica principal o caráter de abusador do vilão, faz com que esse filme se aproxima ainda mais da realidade que muitas mulheres ainda vivem.

O desfecho da história é ainda mais surpreendente e demonstra que Elisabeth Moss tem um futuro brilhante como atriz de cinema, e mesmo em meio a reviravoltas que vão te deixar embasbacado, é gratificante ver como uma mulher decidida a se superar é capaz de enfrentar com coragem seus piores medos, colocando um fim em tudo que vinha lhe causando dor e sofrimento. Certamente vai lavar a alma de muitas mulheres que vivem aterrorizadas em seus relacionamentos tóxicos e violentos.

 

Por Ricardo França

 

 

 


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