Uma jornada sobre mágoas, redenção e feridas não cicatrizadas.
Diz o ditado: Quem ama o feio, bonito lhe parece; principalmente quando o feio, ou feia, na verdade, é Nicole Kidman totalmente transformada e envelhecida como a agente do FBI Erin Bell, No seu mais recente trabalho a australiana entrega uma atuação formidável, vivendo uma policial profundamente destruída e transtornada, resultado de uma investigação onde esteve infiltrada em uma gangue de criminosos e traficantes, mas algo de inesperado acontece e Erin agora precisa carregar os traumas e perdas resultantes do fracasso da operação. 17 anos se passam desde que a detetive Bell deixou o caso, mas acontecimentos recentes a colocam de novo no caminho dos criminosos e ela tem a chance de acertar as contas com o passado, contudo os anos de ressentimento, revolta e álcool transformaram nossa agente em uma casca quebrada e decadente, mas que irá reunir forças para colocar fim na carreira de crimes do grupo que ela um dia fez parte.
Ganhadora do Oscar de melhor atriz em 2003 em As Horas, onde viveu a escritora inglesa Virginia Woolf, Nicole também passou por uma transformação e maquiagem, aliadas a sua belíssima atuação lhe renderam a estatueta, porem o nariz proeminente em As Horas é fichinha perto do visual da atriz em O Peso do Passado, aqui Kidman está irreconhecível e muitos acreditam que mais uma vez a junção dessas situações podem novamente render uma indicação a próxima premiação em 2020.
Em o Peso do Passado a diretora Karyn Kusama (The Invitation/Garota Infernal) escolhe contar a história em duas linhas temporais, em flashbacks que mostram a detetive Bell e seu parceiro Chris, infiltrados entre os criminosos. Narrativa essa que por vezes se estende em momentos entrecortados e aleatórios ao longo de todo o filme, mostrando também detetive Bell do presente, que agora tem que lidar com os dilemas e conflitos com a filha adolescente, negligenciada pela mãe em função da vida conturbada no FBI.
O final talvez seja o que mais surpreende
O roteiro não apresenta novidades, e o que chama mesmo atenção no longa, é a atuação de Nicole, sempre absorta, isolada, num esforço tremendo para representar a forma e a essência do visual alquebrado e penitente de quem parece ter desistido de tudo, e só se mantém de pé para cumprir com o intento de por fim a tudo aquilo que lhe atormentou por vários anos. A trama reveza em poucas cenas de ação e drama, sugerindo de forma sutil aspectos do “noir”, flertando também com o trillher, contudo desliza por varias vezes ao enfatizar momentos autoexplicativos. O final talvez seja o que mais surpreende, e embalado por uma trilha sonora melancólica e introspectiva o filme se sustenta mais pelas atuações do que pelo próprio roteiro.
O filme está longe de ser um suspense de 1a linha, mas é capaz de prender a atenção, já que em nenhum momento tenciona grandeza ou pressupõe transcender o lugar comum, como dito vale a pena pelas atuações e pela direção aceitável, certamente será bem conceituado pela academia, que tende a enaltecer e premiar boas transformações e maquiagens principalmente em dramas e romances.
Será que o visual da atriz, em o Peso do Passado, pode novamente render uma indicação a próxima premiação do Oscar?
Por Ricardo França
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